Blog
Tarifaço de Trump: W, Audi e Jaguar suspendem exportações para os EUA; veja reação das marcas

Tarifaço de Trump: W, Audi e Jaguar suspendem exportações para os EUA; veja reação das marcas

11 de Abril de 2025
Por André Fogaça, g1

Apesar da presença de grandes marcas nacionais, como GM e Ford, 46% dos 16,03 milhões de veículos vendidos nos Estados Unidos em 2024 foram importados. Os dados são da agência de classificação de risco Standard & Poor's.

O México lidera as exportações de veículos para os Estados Unidos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 76% da produção mexicana é destinada ao mercado americano.

Segundo a S&P, a Coreia do Sul foi o segundo maior exportador de veículos para os Estados Unidos em 2024, seguida por Japão, Canadá e Alemanha.

As primeiras reações ao aumento de tarifas imposto por Donald Trump vieram justamente da Alemanha. A Audi, pertencente ao grupo Volkswagen, suspendeu as exportações de veículos produzidos no México. Outra montadora europeia, a Jaguar Land Rover, também interrompeu temporariamente os envios ao mercado americano, pelo menos durante o mês de abril.

A Stellantis, grupo responsável por marcas como Jeep, Fiat, RAM paralisou a produção em fábricas no Canadá e no México, e suspendeu 900 funcionários em diversas unidades, incluindo algumas localizadas nos estados americanos de Michigan e Indiana.


O que dizem as maiores exportadoras para os Estados Unidos

O g1 entrou em contato com todas as empresas listadas pela S&P Global. As montadoras manifestaram preocupação com as tarifas dos EUA, destacando impactos negativos na produção, cadeias de suprimento e inovação.
Algumas, como Stellantis, já anunciaram ajustes operacionais, enquanto outras ainda avaliam os efeitos. Todas defendem o livre comércio e a estabilidade nas relações comerciais.
Veja todas as respostas, na íntegra:

Stellantis

"A Stellantis continua avaliando os efeitos das tarifas recentemente anunciadas pelos Estados Unidos sobre veículos importados e continuará a se envolver com a administração norte-americana sobre essas mudanças de política. As ações imediatas que devemos tomar incluem a pausa temporária da produção em algumas de nossas plantas de montagem no Canadá e México, o que terá um impacto em várias de nossas instalações de motores e estamparia dos EUA que dão suporte a essas operações."

Toyota

"Nesta fase, as implicações práticas dessas medidas permanecem incertas ? e ainda não está claro se algum impacto concreto se materializará."
BMW
"O livre comércio sempre foi um princípio orientador para o BMW Group: é um dos motores mais importantes do crescimento e do progresso. Tarifas, por outro lado, dificultam o livre comércio, desaceleram a inovação e desencadeiam uma espiral negativa. No fim das contas, tornam os produtos mais caros e menos inovadores."


Mercedes-Benz

"Estamos acompanhando a situação e avaliando as opções. Certamente iremos nos adaptar à evolução do mercado e ao cenário competitivo, caso seja necessário. E em função das leis de concorrência, não podemos fornecer mais detalhes."

Grupo Volkswagen

"O Grupo Volkswagen tomou conhecimento da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre todas as importações de automóveis de passeio e veículos comerciais leves para os Estados Unidos. O Grupo Volkswagen está acompanhando de perto os desdobramentos e fará uma avaliação abrangente, internamente, sobre o possível impacto nas cadeias de suprimentos e na nossa rede de produção, entre outros aspectos.

Os Estados Unidos são uma região importante para o Grupo Volkswagen. Recentemente, investimos mais de US$ 14 bilhões no mercado, apoiando milhares de empregos bem remunerados e contribuindo para a prosperidade e o crescimento.

Compartilhamos da avaliação da maioria dos especialistas de que as tarifas dos EUA e quaisquer contra-tarifas terão um impacto negativo sobre o crescimento e a prosperidade tanto nos EUA quanto em outras regiões econômicas. Toda a indústria automotiva, bem como as cadeias globais de suprimentos, empresas e também os consumidores, terão que arcar com as consequências negativas.

Continuamos defendendo um intercâmbio de bens baseado em regras, mercados abertos e relações comerciais estáveis. Esses são elementos essenciais para uma economia competitiva, especialmente para a indústria automotiva.

Ao mesmo tempo, contamos com conversas construtivas entre os parceiros comerciais para garantir segurança no planejamento, estabilidade econômica e evitar um conflito comercial."

Ford, GM (Chevrolet), Subaru, Hyundai, e Mazda não enviaram nota até o fechamento desta reportagem. Honda, Volvo e Nissan disseram não ter posicionamento para compartilhar.


Fonte: G1 - Economia, publicado em 11/04/2025. Disponível em: https://g1.globo.com/carros/noticia/2025/04/11/tarifaco-de-trump-vw-audi-e-jaguar-suspendem-exportacoes-para-os-eua-veja-reacao-das-marcas.ghtml

Por André Fogaça, g1

Comente essa publicação