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Inflação perde força e fica em 0,56% em março, com ovo e tomate mais caros?
11 de Abril de 2025
Do UOL, em São Paulo (SP)
A inflação oficial perdeu ritmo e ficou em 0,56% em março, ante taxa de 1,31% em fevereiro, mostram informações divulgadas hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os destaques do mês ficam por conta dos encarecimentos do tomate (+22,55%), do ovo de galinha (+13,13%) e do café moído (8,14%).
Como foi o IPCA
- Inflação oficial desacelera em março. Mesmo com a perda de fôlego na comparação com fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve a maior variação para o mês desde 2023 (0,71%). No ano passado, a inflação de março foi de 0,16%.
- Índice anual é o maior em dois anos. Com a variação positiva de março, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,48% e atingiu o maior nível desde fevereiro de 2023 (5,6%). No mesmo período, a inflação acumulada em 12 meses era de 3,93%.
- IPCA segue acima do limite da meta. O teto da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para a meta de 3% definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) foi ultrapassado nos três primeiros meses deste ano.
- Furo da meta é previsto para junho. Sem perspectiva de desaceleração constante dos preços, o BC (Banco Central) antevê que vai precisar se justificar sobre o estouro do IPCA devido à alteração dos regimes de metas. A partir deste ano, as explicações passam a ser necessárias sempre que a inflação superar o teto por seis meses consecutivos.
Alimentos mais salgados
- Inflação dos alimentos e bebidas ficou em 1,17%. A variação representa uma aceleração na comparação com a alta de 0,7% registrada em fevereiro. Com isso, o grupo respondeu por 45% da inflação oficial em março.
- Três alimentos respondem por um quarto do IPCA. Os destaques entre os vilões do bolso no mês passado ficam por conta do tomate (22,55%), do café moído (8,14%) e do ovo de galinha (13,13%).
- Preços do tomate sobem com problemas sazonais. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explica que o calor dos meses de verão acelerou a maturação e antecipou a colheita do fruto em algumas regiões do Brasil.
Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços.
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA
- Café tem alta acumulada de 77,78% em 12 meses. A variação expressiva é causada pelo aumento do preço devido à redução de oferta do grão. Gonçalves explica que contribui para a situação a quebra de safra no Vietnã, principal produtor mundial de café, devido a adversidades climáticas.
Transportes
- O grupo teve o segundo maior impacto do IPCA. A variação de 0,46% do segmento de transportes foi inferior à apurada em fevereiro (0,61%). A principal alta entre os subitens que compõem o grupo ficou por conta das passagens aéreas, que aumentaram 6,91%.
- Combustíveis ficam 0,46% mais caros em março. O resultado representa uma desaceleraram em relação à alta de 2,89% do mês anterior. Entre as altas aparecem a gasolina (0,51%), o óleo diesel (0,33%) e o etanol (0,16%). O preço gás veicular, por sua vez, subiu 0,23%, após cair 0,52% em fevereiro.
- Tarifas de ônibus urbano ficaram mais baratas. A redução de 1,09% foi motivada pelo reajuste dos preços em Porto Alegra (RS) e respectivamente.
Veja a variação de cada grupos:
- Alimentação e bebidas: +1,17%
- Despesas pessoais: +0,7%
- Transportes: +0,46%
- Saúde e cuidados pessoais:+0,43%
- Vestuário: +0,59%
- Comunicação: +0,24%
Habitação: +0,24% - Artigos de residência: 0,13%
Educação: +0,1%
O que é o IPCA
- Inflação oficial é calculada a partir de 377 produtos e serviços. A escolha pelos itens tem como base o consumo das famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. O cálculo final considera um peso específico para cada um dos itens analisados pelo indicador.
- IPCA abrange a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises consideram as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
- Análise mensal é realizada nos grandes centros urbanos do Brasil. Para isso, o IBGE realiza as coletas de preços nas regiões metropolitanas de Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e do Distrito Federal. Também há pesquisadores nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Fonte: UOL - Economia, publicado em 11/04/2025. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/04/11/ipca---marco-2025.htm